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Mostrando postagens de julho, 2024

O Esquecido

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...  Eu desejaria morrer em teu lugar, ansiaria que minhas lembranças deixassem de te buscar. Não posso culpar meu Criador, Ele te salvará, mesmo que ardas no inferno. Não temas, sempre te ampararei, A segurar-te cada vez mais, Mesmo que tua alma se extinga, Sustentar-te-ei até que o sangue escorra. Eu ansiaria estar ao teu lado, guiar-te com minha luz, Mas não tive forças para te resgatar, minha impotência engoliu-me. Queria ter feito mais, porém tarde demais, tuas falhas e solidão te consumiram, Jamais desisti de tentar, ainda nos encontraremos do outro lado. Eu desejava ressuscitar-te, ao invés disso, oculto-me em meu próprio declínio. Viverás para sempre em minhas memórias, E todos os teus sonhos se eternizarão. Sustentar-te-ei até que não reste força para respirar, Todo o meu sangue fluirá para encontrar-te. H.a.a.

A Desintegração

...  Em meus passos cansados, meu corpo findou, Meu coração, silenciado, Por amar-te além do que suportou! Já não és a razão de minha existência, Enfastiado estou da fala envolta em aparência.  Vislumbro apenas a mesmice de outrora, Perambulo, disseminando amor pela palavra que aflora. Enquanto tua aquarela se apaga ao vento, Afundo-me na maré de tua monotonia, sem alento.  "O amor é frágil, de essência fluída", Ao ponderar sobre tal fato, a graça perdida, Inventar um amor se esvanece no ar.  E ao fitar teu íntimo, com sinceridade a implorar: "Tudo pode desvanecer-se, tudo pode findar, Quem és tu? Um vazio gélido e sem lar, Recordo-me das sombras, de minha sina a pairar." H.a.a.

Dois em um

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Normal People Dois em um... Hoje senti, num mundo real, A lua se fez presente, divina, Com estrelas cintilantes, dança celestial, Em arco de querubins, fascina. Contemplei, meu olhar perscrutou, Nas duas almas, um oceano de emoções, Numa fração de segundos, vislumbrei Sentimentos únicos, revelando paixões. E escutei nas mentes de dois seres, Uma sonata de Beethoven, sublime melodia, A madrugada ecoava "Sonata ao Luar", Enquanto risos e palavras flutuavam em sinfonia. Minha mente, tecelã de histórias e magia, Uniu peças e criou um romance encantador, À maneira de Jane Austen, a alma se erguia, Em cada palavra escrita, um amor com fulgor. Dois amores, predestinados, condenados, A dançar até o último badalar do tempo, Nada poderia abalar seu laço sagrado, Relógios congelados, eternos em seu firmamento. Adentrei um sonho, espectador privilegiado, Onde o palco revelava minha visão audaz, A moça, arte que embeleza o revolucionário, Suas palavras, notas, formando canções de paz. Amo...

Pequeno anjo da morte

Pequeno Anjo da Morte Belo e tão jovem, eu vejo homens desfalecendo em seus trabalhos Decaindo em falsos amores moribundo e o abuso em baixos de seus dedos Convidado para jantar com fantasmas alienados e sorridentes Pregando seus pulsos em arranha céus enferrujados Nascidos em uma pura alienação mórbida Falecidos em um mundo líquido ou possa ser apenas eu mesmo Deixado entre traças Esperando pelo abraço dela Espero pela sua espurcícia, sem a relutância dos meus camaradas Sinto sua saliva açucarada E a sua língua abjeta Penetrando nos meus olhos seus dedos cadavérico Ela é o meu anjo da morte escanzelado Seus cachos obscuros quebradiços Seu abraço esquelético fura minha pele Minha amada de asas cintilantes Interioriza dexametasona em minhas veias Sinto-me minhas entranhas viciada na cartilagem dela O meu coração bate por ela e me jogou suas pernas frágeis Entro em seus campos férteis e virulentos Me deleito cruelmente em sua animosidade Em meio a cólera Quero vagar pelo asfalto Caindo l...

Humana Humanidade

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Humana Humanidade Eu, filho de Deus e de toda resistência Contemplo o Gigante de nossas almas, Sinto a dor do meu esplêndido nascimento, A origem de toda resiliência hipocondríaca. Notoriamente hipócrita, Este mundo seca minha retina... Causando nos olhos uma cegueira mundana Que danifica minha humana humanidade. O vírus, este que presidência nossa decadência, Tira do nosso pulmão toda pureza de nossas crianças, E todos os defuntos declaram a nossa pobreza. Ainda espero pela cegueira completa do meu corpo, Há de deixar meu cérebro complexo, Com meus pensamentos hediondos contra a humana humanidade. H.a.a.

A Falta

A Falta De onde vêm essa falta, Que invade meus sonhos, Essa falta me perturba em todas as ocasiões, Falta de quem? Falta de todos ou de todas as coisas? Aquela companhia vazia, Aquele abraço martirizado, Aquele beijo indesejado, Deixa meus lábios com gosto de Avada Kedavra... E aquele olhar repugnante, Que me lembra de Hiroshima e Nagasaki... E aquele que rouba minha verdadeira companhia com maldizentes. Falta de quem? De quem me causa frustração dentro da minha solene existência? H.a.a.

Lacrimosa

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Lacrimosa Para todos aqueles Que eu já amei, Pessoas célebres guardadas em meus seios coronárias, Assim batemos nossas taças e celebramos o nada, E simplesmente uso meu punhal nesse bando de Crasso. Imagino tantos eventos: Quaisquer dias desses, Colocaste me nos braços de Judas, E na última badalada Coloco meu pescoço entre serpentes, Ao som de Chopin. Na minha solene memória, Múrmuro pequenos versos nos ouvidos de minhas inumeráveis amadas, Lábios com lábios, Se encontram em noites mórbidas, Com corpos dançando em meio ao riso do pecado. Talvez eu seja descrito no passado, Por executar meus poemas Com sangue fresco do meu palmar. H.a.a.

Sonho de amar

Sonho de amar Sonho em alcançar o amor inalcançável Para alguém como eu, tão niilista Com a alma dilacerada Todos os outros são livres para amar e odiar Não dá para amar com tantos pensamentos Divagando por ruas vazias Divagando por cidades escuras Que vão esvaziando meu coração Mesmo assim sonho com um amor revolucionário Um amor que me faça ser livre entre as nuvens Que não me algema, que não me mate aos poucos Um amor sem expectativas utópicas Eu sonho com esse tipo de amor... Um amor construído com minhas próprias mãos Feito do meu jeito, como tenho feito em meus poemas Tenho me machucado demais Porque meu fardo é grande Tenho enfrentado a morte todos os dias Então me encontre antes dos anjos Não quero um amor pacato e miserável Espero pelo mais trágico de todos Me dá o mais melodramático e o mais tragicomédia Já estou cheio desse amor moderno de lunáticos Sou um homem preso ao niilismo Outros homens são livres para amar e odiar. H.a.a.

Mateus 11:28-30

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Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. Venite ad me omnes qui laboratis, et onerati estis, et ego reficiam vos. Tollite jugum meum super vos, et discite a me, quia mitis sum, et humilis corde: et invenietis requiem animabus vestris. Jugum enim meum suave est, et onus meum leve.

Bahia

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A arte de perder alguém

 A arte de perder alguém   Perder alguém se tornou tão comum; Perdemos vidas de várias formas, é tão comum que parece correto.    Deixamos de cativar todos os dias. Vejo intransigente, No abraço não recebido, no tempo intrínseco, Talvez egocêntrico. Perder alguém é tão comum.    Deixamos de cativar cada vez mais, com mais determinação: Nossos amigos, familiares e consequentemente nossos parceiros. Nada mais importa.    Esqueci do meu amigo. Ah! Eu nem queria lembrar, De todos os outros que perdi. Perder alguém é tão comum.    Perdi tantos outros. Grandes afetos, abraços e risos, tantos tesouros perdidos. Tenho saudades de todos. Mas nada mais importa.    Vocês me perdendo (minha presença, minha existência, o afeto que tanto desejei) pouco importa. Pois, Subitamente vamos nos perdendo mutualmente. Perder alguém é tão comum, que não parece sério. H.a.a.

𝐈𝐍𝐓𝐄𝐑𝐋Ú𝐃𝐈𝐎

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  Caminho ainda, desbravando o trajeto para elevar minha voz, ecoar pelos vastos campos deste mundo. Busco sacudir mentes com meu pensamento crítico e íntegro. Hoje, socam-me, encurtando a trajetória de minha existência. Silenciam-me e, se possível, projetam cuspes em meu rosto. Entretanto, prossigo de cabeça baixa, silencioso, fortalecendo-me com ideias afiadas. Estou preparado para destilar a sagacidade contida em minhas palavras, prontas para perfurar como agulhas em moletom. Podem rir à vontade, persistir em subestimar-me, confiar em falácias proferidas por homens cujas palavras são frágeis. Permitam-se lamber os sapatos daqueles que me causam feridas, pois o verdadeiro eu, o Slim Shady interior, repousa adormecido. Aceito coexistir ao lado da insignificância, pois vejo o que outros não enxergam: o que pulsa em seus corações e as perversidades que concebem. Prefiro a companhia de demônios, pois revelam-se genuínos em sua perversidade. Não fui forjado para depositar fé cega em h...

My life is a movie,

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Um drama silencioso, onde músicas lentas ecoam com a batida do meu coração, e o dia se despede com suaves acordes de violão. Na partida delas, encontro paixão por quem sou, por elas, além delas. Amar não se restringe a uma única impressão; está na liberdade de apreciar cada detalhe, no cabelo loiro ao vento, nos dedos entrelaçados de um casal, no sorriso do professor que ama ensinar. Não apenas amo o presente, mas, inevitavelmente, sou apaixonado o tempo todo. Desmonto-me e me alegro com cada nova alma, como um personagem em nossos filmes favoritos. Ele descobre o universo com ela, e na brisa da madrugada, viajo além das lembranças, descobrindo asas que me permitem observar eventos inimagináveis. Sem a música certa, não compreenderão a profundidade do que escrevo; assim, acompanhem com "Motel 6, de River Whyless". Inseguranças tornam-me tão seguros quanto as batidas de "Motel 6". Os sentimentos abordados são triviais em minha mente, pois alcanço fases mais profundas...

Trecho do meu livro: "O meu Demônio de todos os dias"

Eu sangrava demais, não sabia o que fazer, apenas sentia, não dizia, não expressava, e foi então que conheci a poesia.  Não era uma simples poesia; quem escrevia era um palhaço.  Não um palhaço de circo ou de hospital, mas aquele que fazia sorrir, fazia viver.  Crianças pequenas com câncer aprendendo a se curar. Eu também me curei.  Ainda sangro, não com sangue, mas com poesia.  O que aprendi com a arte de escrever é que aceitei a morte.  Eu a compreendi.  De tanto repetir, tornou-se natural.  O que pode ser assustador para você se tornou comum para mim.  Não é o câncer que vai me matar.  Também é mortal.  A distrofia não é de distrofina; é de destroços.  Porque para viver, tive que retirar os tijolos.  Ainda os retiro.  Porque todas as vezes que quero viver, há destroços para retirar. H.a.a.

Terra

A terra se encanta com os passos suaves, Tocados no solo da mãe natureza. A baiana dança rodopiante, Vestido ao vento, tocando corações. Os animais se encantam na floresta, Com o rodopio da dança da moça Baiana. Mas que desencanto vem, Quando a caipora não ouve o riso do canto da baiana. P.s. Poema escrito para a minha baiana favorita e tão única. H.a.a.

Queda de um Coxo

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  Sir Thomas Lawrence PRA - Satan summoning his Legions, 1796-1797 Os homens da imperatriz, tão superficiais, famintos, indispostos, Desnudam a carne da falsa imaculada com desdém. Enquanto eu, furei meu coração com amor em excesso, Afogado nas profundezas de um desejo além. É pelos demônios, seres perfeitos e sem igual, Que nas extremidades do mundo voam, livres de pudor, Que meu coração, palpitante, ainda busca a luz divinal, Ainda que envolto na sombra do enganador. Esperançoso, explorei os confins, em busca do início e do fim, Sob as chamas, rastejei até o declínio, resoluto e certo, Sinto as asas do abismo me acolherem, em seu jardim lúgubre, Curando-me, por amor à criação, num pacto incerto. Não tive a oportunidade, temível e majestosa, De alçar voo sobre o abismo, em seu eterno abrigo, Mas nele encontro guarida, nas sombras de sua mente, E é ali que encontro a paz, num abrigo eterno e taciturno. H.a.a