estagiário
Sexta-feira, sete e meia da manhã, acordo, ligo o computador e espero o café da minha mãe. Às oito já começam os atendimentos. Enquanto isso, deixo sempre um livro aberto ao lado da aba, para ler nos momentos de pausa. Não sou rápido como os outros, mas sigo no meu ritmo, no meu limite. E, no fundo, acho que isso basta. O home office, para mim, foi uma das maiores invenções que já existiram. Trabalhar em casa me dá um tipo de conforto que nenhum outro lugar poderia dar. Faço o sinal da cruz e desejo não sentir um peso ao fazer o que é necessário. Confesso que muitas vezes faço quase no automático. Sei pouco do que deveria saber e, quando não sei, improviso. Às vezes falta orientação, às vezes o sistema falha, e fico com a sensação de que preciso inventar o caminho sozinho. Pode ser que eu me cobre demais, mas há dias em que me sinto perdido, incapaz. E mesmo assim, sigo. No remoto, encontro segurança. Eu não gosto de barulho, de aglomeração, de me sentir obrigado a socializ...