Queda

 Eu estou despencando, como uma pedra solta,

Ela injetou angústia profunda em meu coração,

Quando me lançou ao abismo,

Sinto o ar cortante, um precipício em minha visão.

Estou com os pés no céu, flutuando sem controle,

Desde que ela me abandonou, sou um cometa em queda,

Cada segundo, caio mais rápido, sem um farol,

Nesse abismo de emoções, onde a solidão nos cela.


Eu ascendo aos céus, como um pássaro audacioso,

Pinto sorrisos no horizonte, minha ousadia é famosa,

As sirenes soam, num grito de desafio,

Se você não correr comigo, serei o próprio vazio.

Estou caindo vertiginosamente rápido, no desespero,

Na verdade da vida, há uma angústia que não sossega,

Pensando em saltar para o desconhecido, sincero,

Lágrimas que caem enquanto eu sigo, sem brecha.


Não é uma mentira, que na vida dos doentes,

Viramos as costas àqueles que nos deixam sem voz,

Ficamos angustiados, com os pensamentos crescentes,

Sobre saltar para o abismo, onde tudo é atroz.

E continuo a cair, um precipício de temores,

Por que não vem ao meu lado, neste velório de mágoas?

Ficamos tão sozinhos, no mar de dissabores,

Se não está satisfeito, então venha, veja as águas.


Que triste fim eles dizem, mas não sabem,

Há anos, eu morri, quando o apoio me foi negado,

Quando viraram as costas, não me ouviram clamar,

Quando faltaram com empatia, tudo se desmoronou.

Eu morri em casa, na rua, nas festas e no hospital,

No coração dela e por toda parte, meu lamento final,

Em todos os lugares, encontrei a indiferença, o mal,

Mas ainda resisto, mesmo no abismo mais fatal.


H.a.a.

25 de setembro de 2023

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