As Musas
Hoje, não mais expiro meu fôlego,
Não sei quantas vezes já pereci,
Quantos segundos já se passaram por fim,
E incessante é minha eterna morte.
Não cessei e nunca iniciei,
De tanto fenecer, sentimentos perdi,
Pois quem sente apenas sofre, e não vive,
Enxerga-se bem com o coração, é inerte quem não sente,
Vigio com afinco, pois o essencial é invisível aos olhos.
Meus sonhos e desejos murcharam sem flor,
Unidos à minha alma, feneceram com dor,
Mas novos sonhos irromperão, hão de surgir.
Mero teatro sou, observo minha peça,
Macabra, solitária e extraordinária,
Vivo, porém, perdido no meu próprio eu.
Por esse motivo, cauteloso, regresso à história,
Buscando minha alma, sem alarde,
O passado e vocês, esquecerei,
Examinando minuciosamente o que senti e vivi.
Eu sou o protagonista, o drama me envolve,
E quando necessário, minha morte resolve.
H.a.a.

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