MCMXCVIII
Esse sou eu, apenas eu, um rapaz latino-americano,
Raça propriamente desgastada e subitamente imprudente,
Becos inundados de lágrimas sinceras do meu ego,
Esse sou eu, eu propriamente dito.
Fui o início, sou o meio, serei o fim, esse sou eu.
Sou João, a construção e o Zepelim de Buarque.
Sou Narciso, amei e deixei de amar, apenas para me admirar.
E, na mesma sintonia, meus sentimentos são puros, extraordinários,
Parece mais um sonho do que realidade,
Você que criou o pecado me deixou jogado na vala,
Para ser encontrado despedaçado na impureza majestosa.
E, no mesmo ritmo, tenho demonstrado a dor,
Como em meus pesadelos que acordo aliviado do falso terror,
Lembro que o meu melhor está no meu inconsciente.
Talvez, no mesmo ritmo, demonstre o ceticismo,
Como acordar de um sonho sem a essência de Deus,
É como falhar de forma magistral,
É como embrulhar vários fracassos no meu túmulo,
É como trocar todas as pessoas por um minuto de paz.
Parece mais um sentimento singular metafísico,
Sinto que sou admirado pelas estrelas,
E percebo que vale a pena existir para compreender o mundo -
A minha loucura beirando a sensatez,
Um grande passo para todos os loucos, nem mesmo os primeiros passos na lua se equiparam,
Não chove na lua, como chove na minha terra
E não há sangue pingando em terra para enxugar.
Chega! Esse sou eu, apenas eu, com pensamentos mórbidos,
O psicólogo sem diploma,
O bobo da corte sem graça, o idiota desperdiçando a própria inteligência, igualado àqueles
que desperdiçam a vida dos inocentes,
Mas que trata o horror com poesia.
Esse sou eu, o desajustado incompreendido,
Que nem mesmo Freud pode desvendar esse mistério.
Esse sou eu, a minha própria evolução!
H.a.a.
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