O inconsciente II

 


 Ah! Quisera, ao menos uma vez, escutar a voz de alguém,

Que cometeu um erro grandioso, e assim proclamasse:

"Isto é uma pantomima, um ludíbrio, um devaneio,

Um sonho efêmero de uma noite de verão."


Não, não são todos miseráveis, se confessassem

Todos os seus pecados, perante minha alma atormentada.

Quem, na vastidão do universo, pode provar-se inocente?

Todos são gloriosos, em sua essência pecadora!


Vade-retro, cansei dos super-heróis insípidos!

Onde estão aqueles que sangram, que se abatem?

Que fogem, pois hão de sangrar e chorar.


Acaso sou eu o único pecador, o miserável,

Neste mundo mergulhado em tormentos dilacerantes?


Podem os homens temer a morte,

Sem ao menos terem amado? Os homens jamais fraquejar!

E eu, que tenho fraquejado sem sequer amar,

Como posso falar dessas coisas, sendo incrédulo?

Eu, que tenho sido sórdido, profundamente sórdido,

Sórdido no sentido orgulhoso e maquiavélico.


H.a.a.

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