Ainda me lembro...

Ainda me lembro da pequenina batendo à minha porta. Nunca a chamei de pequenina, mas havia diversas formas carinhosas com que a tratava, e ainda me recordo de todas elas. Hoje, a chamo de pequenina no texto, porque é assim que a vejo em minha memória: uma rosa delicada que cresceu. Hoje ela é grandona, uma grande mulher que não precisa mais bater à minha porta, chamar por mim. O que desejo é que encontre outras portas em que possa bater e ser acolhida, como um dia eu a acolhi. Mas confesso que carrego dúvidas: acolhi com amor? Disse as palavras certas? Em muitas de nossas conversas, não sabia se estava preparado ou se ofereci o que ela realmente precisava ouvir. A pequenina era uma rosa forte, e nossas trocas de palavras eram como passeios entre flores. Não havia espinhos para me ferir, mas eu tinha cuidado com as pétalas. E, mesmo sendo persistente, uma muralha de esperança, com a força de mil mulheres, ela também precisava de cuidados. Precisamos ser atentos com as ...