Corvos
Rejeitado, pelas mãos de todos, eu fui Feridas abertas, marcas que persistem, sem tréguas A morte dança em meu pensar inquieto E o eco do vazio é tudo o que irei herdar Algum desvio obscuro habita em mim Mastigando a essência, entorpecendo o ser Na autoaniquilação, encontro meu abismo sem fim Controlar? Um gesto vão, um querer efêmero Ninguém trilhará meu labirinto sombrio O solo cede, precipício interior Não me renderei às mãos estendidas Esta prisão é minha, somente minha, convicção Já vaguei por aqui, antes do agora, acolá, a solidão Em seus abraços, encontro somente o ecosistema do que fui. O silêncio pousou, cravado, em mim Por eternidades que se desdobram Nele repousa o inominável, o ignóbil Não almejo o pacto da convivência, lado a lado, refletindo a humanidade É nefasto encarar os semblantes destes corvos, tantos, a grasnar. H.a.a.