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Crise

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Crise No horror do domingo funéreo,  À janela, observo o outono começar.  Minha mente, em riso mórbido,  Incendeia as cortinas sem hesitar. Jamais serei reconhecido novamente,  Esta casca de carne, uma caricatura vã,  Massa de músculos necrosados, grito iminente, Quem ousaria encarar tal engano humano? Para os normais, corpo reluzente é promessa,  Riso das ninfas em campos elísios, em sede.  Mas eu desejo corpos cortados em tristeza, Degolados nas terras do exílio, sob a rede. Assim me encontro,  Imerso no pálido reflexo da janela,  Afundado na vidraça como num sepulcro,  Sob calafrios febris que a febre revela. Virá a morte, ou não?  Será trágica, ou grandiosa em seu fim?  Anseio tanto pelo dia em que o chão  Se abrirá para mim, num destino sem fim. H.a.a